domingo, 24 de fevereiro de 2019

CONTOS | Longe demais


Quando o sentimento terminou, ela se sentiu derrotada; quis se isolar na ilha deserta de sua alma. Uma vez lá, percebeu que nada poderia fazer.

Ela adentrou a sala em penumbra. Por sorte ou não, encontrou o porta-retratos quebrado. Era como se sentia. Passou a mão pelos livros empoeirados. Foi então que abriu o antigo diário, aquele no qual escrevia quando triste estava. Procurou, procurou... Achou o trecho que refletia seu estado: “O amor é como um livro em dois volumes, sendo que o primeiro foi perdido. O amor é a incompletude na ausência”.

Depois daquele dia, enlouqueceu.

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