sexta-feira, 8 de abril de 2022

CRÔNICAS | Má-educação ou jeitinho brasileiro no trânsito?

Na última segunda-feira, um carro bateu no meu. Foi na Av. Cel. Victor V. Verde, bem no centro da cidade. Parei, onde todos os carros param, diante de uma faixa de segurança muito usada por pedestres, no entanto, o carro de trás não parou.

Quem conhece Santo Antônio da Patrulha sabe que, logo adiante, há uma rua de mão de única (a Santo Antônio). Fui dando sinal para entrar nela, mas sem a certeza de que o carro de trás faria o mesmo. Minha intenção era que ele viesse atrás, a fim de vermos estragos, combinarmos reparos, mesmo eu não sabendo o que, de fato, havia ocorrido na traseira do meu carro. O que ele fez? Não entrou. Pelo contrário, acelerou e seguiu reto. Achando-me numa cena de filme ou novela, puxei a direção para a esquerda, não entrei na Santo Antônio e fui atrás do dito cujo, dando sinal de luz a todo momento.

A motorista (depois eu soube que era uma) não teve escolha e, mais adiante, obrigou-se a entrar na rua ao lado do prédio da Excelsior. Parou adiante, e eu parei atrás. Não desliguei o carro, pois imaginei que, se fugiu uma vez, poderia fugir duas vezes. Esperei que ela viesse até mim. Com a cara lavada e sorrindo, ela disse algo assim: “Ai, eu não parei antes, pois achei que não tinha sido nada, e você entrou na Rua Santo Antônio”. Desci do carro, e fomos conferir meu para-choque traseiro: duas marcas brancas apenas, embora o solavanco tenha sido forte.

Por que o relato extenso? Para mostrar o quanto as pessoas são mal-educadas no trânsito. Se eu tivesse batido num carro, prontamente, desceria do meu, responsabilizando-me pelo acontecido. Porém, para a maioria das criaturas, o jeitinho brasileiro parece imperar: querer “passar a perna” num vendedor, encontrar algo de outro e não devolver, atirar lixo no pátio alheio, bater num carro e fugir, etc.

Se eu fosse a motorista em questão, estaria morto de vergonha pelo ocorrido. Vi que havia crianças no carro dela. Só não sei se elas apoiaram a atitude fugidia da mãe/parente, ou se também ficaram com vergonha dela. O futuro dirá se usarão o jeitinho brasileiro no trânsito ou não.

segunda-feira, 4 de abril de 2022

CONTOS | Continuação da desgraça

Abaixo, mais um conto gerado a partir dos exercícios literários da Pragmatha Editora. Qualquer semelhança com a vida real (não) é coincidência...