sábado, 29 de julho de 2017

CONTOS | Febre


A maioria não gosta disso, mas ela adora ter febre. Chega a provocá-la.

Quando sente febre, ela faz amor com vários homens; faz amor de várias maneiras.

Quando sente febre, ela viaja muito; conhece lugares exóticos.

Quando sente febre, ela dá ordens; não é mais submissa.

Mas a febre sempre passa sempre. E ela desperta suada, cansada. Toma banho e vai trabalhar.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

GLP | Lançamento do Prosa na Varanda 4

Ontem à noite, Dia do Escritor (25), o Grêmio Literário Patrulhense realizou o lançamento do Prosa na Varanda 4. O evento foi no Espaço Qorpo Santo e contou com um expressivo público, o que prova que a publicação já se consolidou na cidade. Desta vez, foram 20 escritores que escreveram crônicas e contos. Como membro do GLP, agradeço a todos pela presença. Abaixo, alguns registros fotográficos que "furtei" da internet.








sábado, 15 de julho de 2017

CONTOS | A mala

Na mala, ela tinha seus sonhos, suas frustrações, seu tesouro, seu destino, suas preciosidades. Era quase um templo sagrado (ou seria profano?) no qual os pertences valiam muito. Trava-se de sentimentos, alguns adormecidos, muitos ainda vivos, prontos para romper o zíper e aventurar-se. 

Com a mala, ela se sentia segura, confiante, poderosa. A mala parecia ter poderes mágicos.

Mas não. Era só uma mala, um objeto, uma coisa. Só que não era coisa fútil.

De noite, pegou a mala. Colocou panos diversos nela. Por quê? Não sabia. Só saiu, estava em fuga. Mas de quê?

Na realidade, não era uma fuga, mas sim um encontro. Isso na cabeça dela. A todo custo, queria ver e ter Davi, mesmo que, para isso, precisasse livrar-se da gêmea. Ela sempre foi um empecilho.

Por isso, foi. Não tinha muito dinheiro, porém tinha o que lhe bastava: informação. E eram informações valiosas e preocupantes. Ela precisava agir, ou tudo estaria perdido. Não conseguia imaginar-se sem sua realização. Às vezes, chorava. Muito raramente. Era humana, pelo menos, tinha prova disso pelas lágrimas. Aliás, costumavam dizer a ela que era uma pedra de gelo. Em partes, ela concordava com isso, eis que demonstrar fraqueza não era de seu feitio. Em seu interior, porém, era um poço de fragilidade.

sábado, 8 de julho de 2017

GLP | Prosa na Varanda 4

A literatura patrulhense é riquíssima. Há muitos escritores (bons por sinal) na terra da cachaça, do sonho e da rapadura. Sendo assim, o Grêmio Literário Patrulhense organizou o livro Prosa na Varanda 4, o qual conta com contos e crônicas de 20 escritores locais.

Desta vez, fui econômico e coloquei apenas dois textos na obra: um conto (Por causa da educação) e uma crônica (O último grito da moda).

O lançamento do livro será no Espaço Qorpo Santo, às 19h, no dia 25 de julho de 2017, ou seja, Dia do Escritor. Então, venha celebrar a data e valorizar a literatura de Santo Antônio da Patrulha!


segunda-feira, 3 de julho de 2017

O INEVITÁVEL FIM DAS RIVAIS | À venda

O inevitável fim das rivais já está à venda em Santo Antônio da Patrulha. São três os modos de você adquirir a obra, já que não foi à noite de lançamento:

1) Diretamente comigo. Solicite por e-mail ou pelas redes sociais;

2) Na San Diego Livraria e Papelaria, que fica na Av. Cel. Victor Villa Verde, ao lado do Atacado CR Costa; ou

3) No Espaço Soma, que fica na Av. Borges de Medeiros, na Cidade Alta.

O valor é o mesmo: R$ 25,00. Baratíssimo!

Ah, ainda não viu as fotos do lançamento? Então, clique aqui.

domingo, 2 de julho de 2017

O INEVITÁVEL FIM DAS RIVAIS | O lançamento

Acabo de divulgar em meu perfil no Facebook algumas fotos do lançamento de O inevitável fim das rivais. Para vê-las, cliquem aqui.

Agradeço a todos os presentes, bem como a todos que fizeram o livro e o evento possíveis! O bacana foi ver uma espécie de fechamento da Série Rivais, eis que os três livros estavam lá, bem como os modelos das capas.

No final do ano ou em 2018, pretendo lançar uma versão única (com os três volumes e umas coisinhas que ficaram fora das obras individuais). O foco será a venda na internet. Ah, o ensaio fotográfico para este projeto já foi feito...

Por ora, é isso. Thank you so much!

sábado, 1 de julho de 2017

CRÔNICAS | Sala de aula: campo de batalha?

Às vezes, a sala de aula parece um campo de batalha. É uma luta entre o professor e os alunos. Aquele solitário, e estes quase sempre unidos.

O professor realiza várias ofensivas. Uma delas é tentar construir conhecimento. Mas os alunos, resistentes e imponentes, repelem isso com bombas de desânimo e armas de última geração que disparam desmotivação.

Em outra tentativa, o professor – ser incansável – arrisca uma ofensiva de humanização. Porém os alunos, mesmo que em armada, têm seus íntimos individualistas e, mais uma vez, derrotam o docente.

Então, o professor, desesperado que está, apela para a importância do estudo no futuro. Por um momento, acredita que obterá vitória, que está conseguindo alguma atenção. No entanto, os alunos logo apresentam seu contra-ataque. Argumentam que o futuro é longe e que, no presente, não necessitam daquilo. “Daquilo o quê mesmo?” Ah, sim, o conhecimento, o estudo.

Frustrado, ao tocar o sinal, o docente, novamente, se encontra derrotado e volta para seu lar depois, claro, de perder mais batalhas nos outros dois turnos (tarde e noite). Em casa, com um resto de esperança, ele busca um apoio estratégico em livros, em teóricos. Por fim, (re)descobre que esses teóricos são apenas teóricos, não vivem/viveram numa realidade como a dele.

Assim, petrificado, o professor vai tentar dormir, porque sabe que precisa de algumas horas de sono para enfrentar as batalhas do dia seguinte. Ele tem quase certeza de que será perdedor outra vez, mas, no fundo, no fundo, ainda lhe resta uma esperança. E é isso que o move.