sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ENSINO | Campo de batalha

Às vezes, a sala de aula parece um campo de batalha. É uma luta entre o professor e os alunos. Aquele solitário, e estes quase sempre unidos.

O professor realiza várias ofensivas. Uma delas é tentar passar ou construir conhecimento. Mas os alunos, resistentes e imponentes, repelem isso com bombas de desânimo e armas de última geração que disparam desmotivação.

Em outra tentativa, o professor – ser incansável – arrisca uma ofensiva de humanização. Porém os alunos, mesmo que em armada, têm seus íntimos individualistas e, mais uma vez, derrotam o docente.

Então, o professor, desesperado que está, apela para a importância do estudo no futuro. Por um momento, acredita que obterá vitória, que está conseguindo alguma atenção. No entanto, os alunos logo apresentam seu contra-ataque. Argumentam que o futuro é longe e que, no presente, não necessitam daquilo. Daquilo o quê mesmo? Ah, sim, o conhecimento, o estudo.

Frustrado, ao tocar o sinal, o docente, novamente, se encontra derrotado e volta para seu lar depois, claro, de perder mais batalhas nos outros dois turnos (tarde e noite). Em casa, com um resto de esperança, ele busca um apoio estratégico em livros, em teóricos. Por fim, (re)descobre que esses teóricos são apenas teóricos mesmo, não vivem/viveram numa realidade como a dele.

Assim, petrificado, o professor vai tentar dormir, porque sabe que precisa de algumas horas de sono para enfrentar as batalhas do dia seguinte. Ele tem quase certeza de que será perdedor outra vez, mas, no fundo, no fundo, ainda lhe resta uma esperança. E é isso que o move.

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