Nas últimas semanas, eu até que tentei economizar, porém não consegui: devorei todas as seis temporadas da série americana This is us (disponível no Star Plus). Embora ela tenha iniciado em 2016, só tive contato com ela agora em 2023, depois que já tinha terminado.
Gente, posso dizer com toda a convicção: foi a melhor série
que já vi na vida. Dificilmente, serei capaz de falar isso sobre uma outra. Mas
por quê? Vou tentar explicar.
This is us é um drama que conta a estória da família
Pearson. Do nada, Jack e Rebecca se veem pais de trigêmeos, sendo que um falece
logo após o parto, sendo substituído, com o consenso deles, por um bebê negro
que fora abandonado no mesmo dia. Isso ocorre no primeiro episódio, ou
seja, já no início, a série prende o espectador.
Daí por diante, acompanhamos o desenvolver de todos os
personagens, isto é, dos pais, dos três filhos, seus relacionamentos, suas
frustrações, o que gostariam de ser na vida e não conseguiram, ou, então, o que
não esperavam ser, a relação por vezes conturbada com cônjuges, afetos, tudo num
vem-e-vai fascinante, conectando presente e passado a cada novo episódio.
Não há como não se identificar com as histórias. E o choro é
livre nos capítulos. Quantos de nós, já com certa idade, passamos a repensar
nossas vidas? O que temos hoje é o que planejamos no passado? Algum fato, no
meio do trajeto, ocorreu e mudou tudo do nada? Qual o momento certo para transformar algo? Sobre essas e outras questões, somos capazes de refletir durante a
série. É como se fosse uma sessão de terapia/análise a cada episódio.
Não sei quanto a vocês, mas eu, que já estou com ... anos de
idade, comecei a remoer/relembrar/revisitar coisas do passado, buscando
conexões com o presente, tentando programar um futuro. E não é bobice dizer que
This is us me incentivou nesse sentido. Até terapia passei a fazer. Que coisa, né?
Fica a dica, então, a você que, por acaso, está à procura de alguma
série inspiradora com conteúdo que, de fato, permeia a vida real. Uma pena que
ela acabou, entretanto, a nossa vida continua, isto é, o drama dura, restando a
nós dar um final (quiçá, feliz) a ele.