A noite era o período mais crítico para ele. Todo e qualquer
barulho ia até ele. Dormir custava a ele. Sempre.
Quando
soube que ela tinha outro amor, as noites tornaram-se piores. Nem mais cochilos
existiam. Só muita aflição. E medo. E perda. E derrota.
Os
sonhos eram de terror. Em um, vivia. Em outro, morria. Em outro, pensava. Em
outro...
Naquela,
naquela noite, chovia intensamente. E mais intensa do que a chuva era a
insônia. Ela o comandava, não dava espaço para decisão alguma. Ouviu um
barulho; espiou pela janela; puxou bem a cortina mofada depois; era ela.
Levantou-se, foi até a cozinha e trouxe morangos. Eram muitos.