domingo, 7 de dezembro de 2025

Retrospectiva literária 2025


Pois é, mais um ano se vai, e mais umas publicações foram feitas por aqui. Então, é hora de relembrá-las e saber como acessá-las ou comprá-las.

1) Gêneros Literários na Prática: E-book que lancei em março sobre, obviamente, os três gêneros da literatura (narrativa, lírico e dramático). É ideal para quem quer se arriscar na escrita, mas ainda não sabe distinguir um texto do outro. Ideal também para alunos de literatura. Compre-o aqui.

2) Estudo sobre o Conselho Municipal de Cultura: Publiquei meu trabalho de conclusão da pós-graduação Gestão Pública Municipal. O título é "Democracia e Participação em Santo Antônio da Patrulha: análise da efetividade do Conselho Municipal de Políticas Públicas de Cultura". Curiosamente, depois da publicação, o conselho em tela teve mudanças em sua lei. Leia o trabalho gratuitamente, clicando aqui.

3) Enquanto isso, em Santo Antônio... - Volume 2: Livro organizado pelo Grêmio Literário Patrulhense, entidade que presidi até maio. Contém poemas de autores do GLP e de integrantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da cidade. Obra social muito bacana, que pode ser ser lida e ouvida de graça, clicando-se aqui.

4) Desalmados: Terceiro livro de contos do coletivo de escritores Desautores, do qual faço parte. Obra sombria, misteriosa, sem piedade. Compre o e-book, clicando aqui e falando com Gilberto.

Fora as publicações oficiais, com ISBN, houve vários textos aqui no blog. Basta rolar a barra e lê-los.

É isso, gente. Haverá publicações em 2026?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

CRÔNICA | Dezembro com outros assutos

Dezembro sempre me soa como um convidado que chega tarde, pede desculpas demais e, ainda assim, faz questão de reorganizar a sala inteira antes de ir embora. As pessoas, coitadas, embarcam na fantasia coletiva da retrospectiva (gênero literário um pouco cansado, que só serve para lembrar que o tempo passa rapidamente). Se o tempo urge, o que podemos escrever no último mês do ano, além do tradicional textão de retrospectiva? Nesta crônica, abordo algumas ideias de escrita, as quais servem como desafios literários.

Que tal escrever um manual de sobrevivência às festas de família? Algo elegante, engraçado, descrevendo “técnicas” para contornar parentes opinativos, sorrisos forçados, demora para a colocação da ceia, etc. Coisas do tipo: “Sorria, respire e lembre-se de que a ceia acaba, mas sua paciência, talvez, não”.

Ou, então, na falta de assunto mais nobre, é possível redigir uma carta para o “eu” que ainda não conheci. Não o idealizado, mas o possível. Esta versão futura que já terá (quiçá) aprendido a negar convites sem culpa, a escolher batalhas com economia e dar um tempo no sarcasmo quando o afeto exigir prioridade. Uma carta para lembrá-lo de que o futuro não precisa ser épico, apenas digno.

Há, ainda, a possiblidade de um elogio ao trivial, a uma coisa simples da vida, como fazer mais silêncio do que conversar em dadas situações, ao fato de ter um tempo para o café da manhã, ao bom convívio familiar e no trabalho (se isso existir), etc. Você não precisa agradecer apenas quando compra um carro, um casa, ou quando viaja para longe.

E, por fim, dezembro nos inspira a fazer um inventário afetivo do que não merecerá lugar no próximo ano. Nada dramático. Apenas uma triagem civilizada: hábitos obsoletos, expectativas com prazo vencido, conversas que não levam a lugar nenhum, tudo encaminhado para descarte com a delicadeza de quem agradece pelo serviço prestado e encerra o contrato.

No fim das contas, talvez, seja isso: enquanto o mundo insiste em recapitular o que já passou, pode ser preferível lapidar o que ainda pode vir. Sem fogos de artifício, sem autoajuda. Somente a honestidade possível, embrulhada num papel pardo de ironia. Afinal, dezembro não precisa ser um memorial: pode ser apenas um bom texto.

A propósito, adotei o formato “retrospectiva em fotos” há alguns anos. Depois do Natal, vou publicá-la aqui.