Nos últimos dias, eu e uma tia estivemos em Parobé/RS, uma das cidades atingidas pelas graves enchentes, para prestar algum tipo de ajuda. Foi muito triste ver as pessoas perderem tudo ou quase tudo. Logicamente, perder a vida é o pior, mas a sensação de chegar a um local e ver, nas frentes das casas, o que antes estava dentro delas é horrível. Pertences que, muitas vezes, foram adquiridos com trabalho e suor descartados por não prestarem mais. Foram cenas que, realmente, me impactaram.
Em dado momento, vieram uma retroescavadeira e um caminhão da
Prefeitura, a fim de recolher os agora entulhos. Que coisa tão agoniante ver o
que sobrou de sofás, camas, eletrodomésticos, etc. irem para dentro de uma
caçamba, para serem descartados em seguida. Fiquei pensando que era uma parte
da vida daquelas pessoas indo embora. E uma parte cara.
Mesmo tendo ocorrido extremos climáticos em 2023, o governo
estadual não se preparou para um novo evento assim. “Ah, Márnei, mas não havia
como prever que seria tão grave”. Discordo um pouco disso, pois dar
porcentagem mínima para a Defesa Civil no orçamento é uma forma de previsão,
não? Cientistas, há anos, informam que eventos assim serão cada vez mais
comuns, e nosso estado – no sul do país – terá, sim, chuvas intensas com muita
frequência. Não será de vez em quando.
Seja como for, o que quero destacar neste texto é a empatia
das pessoas. “Empatia”, inclusive, é a palavra para o Rio Grande do Sul no
momento. Colocar-se no lugar do outro, entender a dor dele, imaginar como seria
se eu perdesse tanto quanto ele. Uma pena que essa empatia surge apenas nas
desgraças. Se ela fosse algo constante, teríamos sucesso como sociedade, não
agrediríamos tanto Gaia (a Terra) e não estaríamos sofrendo sua vingança agora.
Empatia, gaúchos e brasileiros! Tenham-na! Ajudem quem
precisa! Sempre é possível fazer algo.